terça-feira, 3 de julho de 2012

Madrugada maldita.

Talvez eu só precise de um pouco de oração 
Nessa maldição, suja, maldita 

A dor se supera na madruga 
E o doce amargo que desce na minha garganta 
Sempre me mata 

Morro a cada foto, a cada estrofe da música mais depressiva que eu encontrei 
Da música que mais me coloca para baixo, para observar cada traço seu 
Pela trigésima vez, só nessa noite, eu desenho os traços do seu rosto com o dedo
E só com um dedo, eu te toco, te sinto, te imagino 

Talvez um pouco de oração seja suficiente 
Nessa maldita madrugada, sombria, maldita 

São tantos labirintos no seu sorriso 
Que se completam com o rosto dele 
Que por culpa minha, não é o meu 

Sinto-me vazio a cada balançar de rede, sendo embalado pelos planos que eu faço com você
Sozinho, na madrugada, num mundo onde só existe nós dois 
Mas na tela está aberta a foto, de você com ele, sorrindo como nunca 

Como nunca talvez eu possa te fazer sorrir 

A madrugada me faz te ver a cada refrão, a cada piscar de olhos 
E como criança , fecho os olhos e imagino você deitada nessa cama 
Para desvendar cada mistério teu que eu nunca tive chance de me aproximar 

Para reescrever cada vírgula errada nessa história torta 

Não quero dormir, para não ter que acordar amanhã com a sensação horrível de não ter você
Dia após dia, a madrugada sempre foi o pior monstro

Talvez eu só precise de um pouco de oração 
Ao menos, ore por mim,
Para que eu consiga me sustentar nessa realidade onde você não existe.